11 de abr. de 2009

Um de meu pior ou melhor pesadelo


É sempre a noite, que as lembranças invadem meus pensamentos, da janela apenas se via lampejos da chuva que caía, e cada minuto que passa elas me torturam, fortes cenas aparecem como um relâmpago, sempre cheias de sangue e lamúria. Já faz um certo tempo, que eu não consiguo encará-las, mas naquele dia foi diferente, o rosto daquela pequena, à primeira que eu ajudei, uma família que ia ser morta por aqueles detestáveis lordes, apenas por que seu filho mais velho tinha contato com alguns anarquistas, então desratizei o local, passava por ali numa de minhas caminhadas pela noite, o rosto da pequena Clarisse depois de ver seus pais de volta tinha uma alegria que há muito eu não sentia.

Então ali estava, eu e minhas lembranças, no começo elas me trazem um jovem rapaz se despedindo de seus pais, vendo o choro de sua mãe, Kamia Fuse, uma oriental que veio morar na Inglaterra trazida pelo lorde Dirk Struam Donald que possuía um sorriso na face de satisfação de ver seu filho, indo para carreira militar. Outro lapso da minha memória me mostra este jovem em seu treinamento e esforço para entra na CAPO - polícia da capital - onde ele acreditava que com isso poderia ajudar seu país. Era aí que começava minhas piores lembranças e pesadelos, minha estadia na CAPO.

Meu trabalho nada mais era do que matar e ferir em nome dos outros e do meu país, um assassino de sangue frio iludido de aquilo era o certo a fazer, acabar com todos que tentavam mudanças ou faziam algo que não agradava os lordes, da Grã Bretanha. Depois de alguns anos no serviço, eu recebi uma missão que iria abrir meus olhos, minha tropa, (Brigada do lobo) tinha o dever de conter uma pequena revolução que acontecia numa cidade ao norte da Inglaterra, tive o trabalho de infiltrar e descobrir quem era os líderes, nunca havia feito isso antes e nem ninguém da tropa, mas como todo soldado, havia de seguir minhas ordens. Apresentei-me como novo recruta e todo ocorrera bem, mas naquele lugar eu pode ver algo que até então meus olhos não viam ou não queriam enxergar, era como se eu nunca tivesse olhado para os lados antes, aquelas pessoas e a miséria que ali encontravam, o espírito daquela revolução era algo para se viver.

A chuva já havia estiado, embora os relâmpagos ainda continuavam fortes, ao lado, na minha escrivaninha, estavam vários convites, qualquer coisa para estes lordes é motivo de comemorar, mas eu não me esqueci da miséria que classe baixa vivia, comemorar é algo que se faz sem olhar os verdadeiros motivos, o clarão de luz repentino e o forte estradar me mostram vários rostos e choros, vem o teto de meu quarto eu me lembro do teto desconhecido em que estava, pessoas diferentes que agiam diferentes e esquecidas pelo sistema. Passaram algumas semanas e a revolução iria fazer seu movimento mais bruto, invadir uma fábrica a vapor no dia de sua festa de inauguração, então contatei minha tropa e avisei onde seria e o local, montamos uma armadilha para eles bem nos esgotos. Já podia ver a cena, eles sendo massacrados pela Brigada do Lobo, possuíam muitas poucas armas e a sua aniquilação seria óbvia. Mas dois dias antes o chefe da revolução Guim Frances, trouxe várias armas, mas isso não iria mudar o resultado, pensei, mesmo armados eles seriam mortos pois nem sabiam atirar.

Então chegará o momento, alguns faziam discursos inúteis, quando notei a chegada de novos homens todos armados e sabiam o que estavam fazendo, eram muitos, os vi conversarem com Frances, algo estava errado, já estava quase na hora de encontrar com a tropa, mas algo me fez ficar e vigiar Frances, foi quando entrou na sala de armas junto com os novos recrutas, encontraram um homem gordo e conversaram durante muito tempo, descobri o verdadeiro motivo daquele ato o homem nada mais era do que um grande lorde que financiou as armas e os mercenários, ainda ouço claramente o que falavam:

- Tudo pronto para nossa pequena festa, Monteiro.
- Espero que saía como planejamos, Frances não gastei esse dinheiro com essa ralé pra nada.
- Não se preocupe, eles não sabem de nada, pensam que comando isto por causa deles, bando
de idiotas, vão servir perfeitamente para cobrir nossos planos, senhor.
- Assim espero, estes novos homens vão acabar com alguns soldados que esperam vocês no esgoto, aquele Mequel , ele vai aprender a nunca mais a me desafiar.

Então Monteiro saiu com alguns homens, e eu corri para tentar avisar minha tropa, cheguei ao ponto de encontro, mas já não estavam ali, chegando ao local da emboscada só o que restava era sinal de uma hórrivel cena de batalha, muitos civis mortos e a Brigada do Lobo, bom quase toda, Frances conseguiu o que queria.

Resolvi largar a carreira mas antes passei no quartel e peguei algumas coisas, chegando em casa, soube da morte de minha mãe e encontrei Donald muito doente, andei por quase todo o país e vi que meus esforços nada serviram, sabendo da morte de Donald voltei e assumi seus negócios, mudei de nome de Douglas Matt Donald Struam, para Kazuki Fuse nome do meu avô, parte de mãe, lembro-me dela de como meu pai a tratava, ainda mais quando ela perdeu o segundo filho, aquele velho idiota adorador do sistema, agora resolvi pagar por meus crimes da minha maneira. - Lobo Solitário.


Este texto, escrevi inspirado no desenho Jin-roh

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