1 – Uréia
1.1 Introdução
Uréia é um composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 °C. Tóxica, a uréia forma-se principalmente no fígado, sendo filtrada pelos rins e eliminada na urina ou pelo suor, onde é encontrada abundantemente; constitui o principal produto terminal do metabolismo protéico no ser humano e nos demais mamíferos. Em quantidades menores, está presente no sangue, na linfa, nos fluidos serosos , nos excrementos de peixes e de muitos outros animais inferiores. Altamente azotado, o nitrogênio da uréia (que constitui a maior parte do nitrogênio da urina), é proveniente da decomposição das células do corpo e também das proteínas dos alimentos. A uréia também está presente no mofo dos fungos, assim como nas folhas e sementes de numerosos legumes e cereais. É solúvel em água e em álcool , e ligeiramente solúvel em éter.
1.2 Fatores que alteram o nível de uréia no corpo.
Fisiologicamente a uréia se eleva devido a dieta hiperprotéica ou com a idade, particularmente após 40 anos. Sua diminuição ocorre na gravidez normal e nos indivíduos em dietas com baixo valor protéico e alto conteúdo glucídico. Elevações da uréia por defeitos de excreção se devem a causas pré-renais (insuficiência cardíaca congestiva), causas renais (nefrites, pielonefrites, e insuficiência renal aguda ou crônica) e pós-renais (obstruções do trato urinário por cálculos, carcinomas ou pólipos). Elevações da uréia ocorrem também por catabolismo elevado (febre, septicemia, uso de corticosteroides) e hemorragia internam, principalmente do trato grastointestinal.
Os aumentos dos níveis séricos da uréia podem ser classificados, de acordo com a sua origem, como pré-renais, renais e pós-renais. O quadro abaixo apresenta essa classificação.
UREMIA PRÉ-RENAL
(Função renal normal)
Níveis aumentados de produção
de uréia ou diminuição
do fluxo sangüíneo
Catabolismo protéico aumentado, ingestão excessiva de proteínas, choque traumático ou hemorrágico, desidratação, descompensação cardíaca aguda, absorção de grandes hemorragias, infecções maciças ou toxemia.
UREMIA RENAL
Doença renal intrínseca
Doença renal glomerular ou tubular aguda ou crônica ou lesão parenquimatosa difusa.
UREMIA PÓS-RENAL
(Reabsorção da uréia )
Obstrução do fluxo renal
Obstrução do trato urinário por cálculo, obstrução externa, tumores de bexiga, tumores ou hipertrofia da próstata, defeitos congênitos de bexiga ou uretra
Os níveis de uréia diminuídos são mais raros e decorrem de importante restrição da ingesta de proteínas, desidratração, reposição excessiva de líquidos, durante a gestação e nas doenças hepáticas graves por diminuição da síntese da uréia.
1.3 Exames que detectam o nível de uréia.
Os exames que detectam o nível de uréia no corpo humano, são: O exame de urina e o exame de sangue.
A uranálise ou urinálise é a análise da urina com fins de diagnóstico ou prognóstico de estados fisilógicos ou patológicos. Consiste em uma subespecialidade da Patologia clínica. A análise da urina é um dos métodos mais comuns de diagnóstico médico.
A urina é um material de coleta simples, não invasiva e indolor, e seu exame fornece importantes informações tanto do sistema urinário como do metabolismo e de outras partes do corpo.
Exame de Rotina da Urina(EAS)
1. Avaliação da cor (normalmente amarela ou amarela clara) e do aspecto (límpido ou turvo) são determinados por observação direta; neste mesmo momento, pode-se atentar e registrar eventuais odores anormais.
2. Análise bioquímica da urina através de tiras reagentes. Existem diversa marcas de tiras reagentes para urinálise, que consistem em tiras de matéria plástica contendo diversos campos com reagentes químicos, que determinam a presença ou ausência de determinadas substâncias químicas na urina. Essas tiras são imersas na urina homogeneizada, aguarda-se um tempo de reação que varia em torno de 30 a 60 segundos, e a alteração de cada campo é comparada a uma escala visual. O procedimento pode também ser automatizado e é semi-quantitativo para algumas das substâncias. Entre os campos reagentes mais importantes estão os que determinam:
3. Análise microscópica do sedimento urinário. Para esta, é necessária a centrifugação e concentração da urina em condições padronizadas. O sedimento concentrado é analisado à microscopia óptica, à procura de elementos anormais, que podem ser avaliados semi-quantitativamente ou quantitativamente (análise mais precisa). Podem estar presentes, entre outros elementos:
Urocultura
A coleta de urina para a urocultura é ainda mais exigente do que a coleta para o EAS. Deve ser utilizado coletor próprio estéril, tomando-se todo o cuidado para não contaminar a urina com bactérias provenientes de fora do sistema urinário. A coleta segue os mesmos procedimentos da coleta do EAS, com a diferença de que se deve adotar técnica estéril. Deve ser feita de preferência no próprio laboratório, sob supervisão de um profissional treinado. O ideal é colher a primeira urina da manhã, mas se não for possível deve-se colher urina que permaneceu na bexiga pelo menos por um período de duas a quatro horas. Dentro do laboratório, a urina colhida no mesmo frasco pode ser separada e destinada à execução do EAS.
Exame de sangue: são exames laboratoriais realizados no sangue para adquirir informações sobre doenças e funções dos órgãos. Como o sangue flui por todo o corpo, atuando como meio de obtenção de oxigênio e nutrientes pelos tecidos, e levando de volta os produtos usados para os sistemas excretórios, o estado do sangue afeta, ou é afetado, por muitas doenças ou condições médicas. Por estas razões, os exames de sangue são os exames médicos mais comuns. O sangue é obtido de um paciente através de uma punção na veia ou um pequeno furo no dedo.
O sangue do indíviduo é colhido com anticoagulante (EDTA), para se evitar a coagulação do mesmo. Após a coleta com seringa descartável, o sangue é transferido para um tubo de ensaio de vidro, que deverá ser rotulado, contendo o nome do paciente e lacrado com tampa. Não há necessidade de colher o sangue com o indivíduo em jejum. Após a coleta, o tubo deverá ser enviado a um laboratório capaz de fazer o hemograma.
Hoje em dia o hemograma é feito em aparelhos. Os aparelhos usam uma pequena quantidade de sangue. Há dois sensores principais: um detector de luz e um de impedância elétrica.
As células brancas, ou leucócitos, podem ser contadas baseando-se em seu tamanho ou através de suas características. Quando a contagem é baseada no tamanho das células, o aparelho as diferencia por 3 tipos: células pequenas (linfócitos), células médias (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e células grandes (monócitos). Esse primeiro tipo de aparelho requer uma contagem manual de células pois não diferencia as células de tamanho médio, podendo omitir uma eosinofilia, por exemplo. Os que utilizam o método de características da células são mais precisos.
Em relação a série vermelha, o aparelho mede a quantidade de hemoglobina, o número de hemácias e o tamanho das hemácias. Realizando cálculos para chegar ao valor do hematócrito, e os outros índices hematimétricos. As plaquetas também são contadas por aparelhos.
1.4 Uremia.
Uremia significa elevação de uréia no sangue. A uréia sempre está elevada na insuficiência renal, mas não é um marcador confiável de função renal, pois sua elevação depende muito da alimentação e do estado de hidratação do paciente.
A uremia surge quando há comprometimento da capacidade do sistema renal de depurar o sangue dos produtos nitrogenados (uréia e creatinina) resultantes do metabolismo protéico, que uma vez elevados no sangue resultam num estado de náuseas, mal-estar, vômitos, fraqueza, cefaléia, distúrbio de coagulação, torpor e até coma.
A uremia é condição clínica em que os rins perderam as suas funções de limpar o sangue de suas impurezas originárias dos produtos de degradação naturais dos alimentos ingeridos para alimentação do organismo. Assim, estas substâncias tóxicas ficam, então, retidas no sangue e nos tecidos orgânicos e põem em risco a vida dos pacientes em curto intervalo de tempo.
Para se ter uma visão mais real desta entidade clínica (uremia), e não fique nenhuma duvida, vamos considerar o ser humano como um tubo aberto em duas extremidades, - uma das quais funciona para que lhe seja administrado o de que precisa para lhe manter a vida (alimentá-lo); enquanto a outra, nada mais é do que a que lhe permite a eliminação do produto final, inaproveitável, do que foi ingerido.
Na uremia, o ser humano se torna como um tubo aberto numa única extremidade: a da administração!
Assim, com a uremia, o paciente deixa de urinar. Acumula muito líquido. Surge-lhe elevação da pressão sangüínea arterial. O coração se torna insuficiente. Os pulmões ficam congestionados. Surge-lhe a anemia grave que se exterioriza pela palidez e manifestação digestiva, tais como náusea, vômitos, diminuição do apetite, além de outros sintomas, como a fraqueza muscular, hálito urinoso, coceira intensa em toda superfície corporal (“prurido”) e mudança de comportamento que, muitas vezes, o leva à depressão : uma vida sem qualidade!
4 - Bibliografia Consultada & Citações.
Exame de uréia; Laboratóriobburigo – www.laboratorioburigo.com.br
Colesterol– Wickpédia, enciclopédia livre
Uréia sérica – diagnosticosdaamerica. www.diagnosticosdaamerica.com.br
http://www.invitro.com.br/principal/produto/bulaspdf/quimicaclinica/enzimatica/ureiaenz.pdf
www.abxdosadude.com.br
Col exames. – www.pifzer.pt
www.arquivos-virtuais.blogspot.com
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